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REFLEXÃO SOBRE O ACIDENTE AÉREO EM VINHEDO – SP E O LUTO COLETIVO

O recente acidente aéreo em Vinhedo, São Paulo, abalou profundamente não apenas a comunidade local, mas também todos os que acompanharam essa tragédia em outras partes do Brasil e do mundo. Quando enfrentamos uma perda tão inesperada e devastadora, como a que ocorreu com as vítimas desse acidente, somos confrontados com a fragilidade da vida e a profundidade da dor que ela pode nos trazer.

Imagem ilustrativa criada pela IA para representar o Luto Coletivo

O luto, em situações como essa, se torna uma experiência coletiva. Não é apenas a dor individual dos que perderam entes queridos; é uma dor compartilhada, sentida por todos que, de alguma forma, se conectam com a tragédia. Esse luto coletivo tem um impacto profundo, pois une as pessoas em uma experiência comum de perda, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de apoio mútuo e de mecanismos de enfrentamento que possam ajudar a atravessar esse período de dor.

As Fases do Luto

Para entender melhor como o luto se manifesta, podemos recorrer ao modelo das cinco fases do luto, desenvolvido pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross:

  1. Negação: Inicialmente, pode haver uma dificuldade em aceitar a realidade da perda. É comum que as pessoas se sintam entorpecidas ou incrédulas, como se estivessem vivendo um pesadelo do qual vão acordar.
  2. Raiva: À medida que a realidade da perda se instala, surge a raiva, que pode ser direcionada a diversas fontes, incluindo outras pessoas, as circunstâncias da perda ou até mesmo a própria vítima.
  3. Barganha: Em seguida, a pessoa pode começar a buscar formas de reverter ou minimizar a dor, muitas vezes através de pensamentos de “e se” ou “se ao menos”.
  4. Depressão: Quando a inevitabilidade da perda é plenamente percebida, pode surgir um profundo sentimento de tristeza, vazio e desamparo.
  5. Aceitação: Com o tempo, a pessoa pode chegar a um ponto de aceitação, reconhecendo a perda e começando a encontrar maneiras de seguir em frente.

    Para quem possa interessar: Exercício Terapêutico Individual para Enfrentamento do Luto

    Enfrentar o luto, especialmente após uma tragédia que impacta não só a vida pessoal, mas toda uma comunidade, pode ser um desafio imenso. Esse exercício é projetado para ajudar você a processar a dor de maneira pessoal, permitindo que suas emoções encontrem uma expressão saudável e respeitosa.

    1. Crie um Espaço de Memória: Escolha um lugar tranquilo em sua casa onde você possa criar um pequeno espaço de memória. Coloque ali objetos, fotos ou lembranças que representem as pessoas e os momentos que foram perdidos. Esse espaço servirá como um santuário pessoal, um lugar onde você pode se conectar com suas lembranças e honrar a memória dos que se foram.
    2. Escreva suas Memórias: Pegue um caderno ou diário e dedique um tempo para escrever sobre suas lembranças. Escolha um momento especial, uma característica marcante ou uma emoção que esteja sentindo. Deixe as palavras fluírem sem pressa ou julgamento. A escrita pode ser uma forma poderosa de organizar seus pensamentos e encontrar sentido na dor.
    3. Pratique a Respiração e Meditação: Encontre um momento do dia para se sentar confortavelmente em silêncio. Feche os olhos e comece a respirar profundamente. Inspire lentamente contando até quatro, segure a respiração por quatro segundos e expire contando até quatro. Enquanto respira, imagine que cada expiração está liberando um pouco da dor que você carrega, enquanto cada inspiração traz um pouco de paz e aceitação.
    4. Ritual Simbólico de Despedida: Para ajudar a fechar esse ciclo de luto, crie um pequeno ritual de despedida. Isso pode ser tão simples quanto acender uma vela, plantar uma flor no jardim ou escrever uma carta de despedida que você possa guardar ou queimar. Este ato simbólico pode ajudar a liberar as emoções e oferecer um sentido de encerramento, permitindo que você siga em frente com serenidade.

    Esse exercício pode ser feito em seu próprio ritmo, sem pressa. Lembre-se de que o luto é um processo pessoal e único para cada indivíduo. Não há um tempo certo para se curar, e é importante ser gentil consigo mesmo enquanto atravessa esse período.

    Se em algum momento o luto parecer insuportável ou se você sentir que precisa de apoio adicional, considere procurar ajuda profissional. A terapia pode ser um espaço seguro para explorar suas emoções e encontrar formas saudáveis de lidar com a perda.

COM AMOR,

Gisele Pabst – Psicóloga.

CRP 12/07315

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